sábado, 4 de dezembro de 2010

Meu Nada

Foi olhando pro nada que eu descobri como é lindo. Sem pompa e nem circunstância, sem soberba ou nariz empinado... Era ele e só. Era o Nada!
- Como pode ser tão simples e tão soberano? - Eu me perguntava, porque, sim, sua soberania era incontestável, e sua integridade firmava, sobre mim, contratos de ser sempre assim.
- Eu sei que será. - Dizia eu a mim mesma.
Resolvi que o observaria todos os dias pelas manhãs, e assim fiz durante muito tempo. A cada dia era mais lindo.
Só que um dia ao acordar, percebi que algo se aproximou do meu Nada, do MEU Nada. E essa coisa fazia com que sua soberania, mais reluzente do que ouro, ganhasse tons cinzentos e sombrios. Fui tomada por uma profunta tristeza. Choramos, eu e o Nada.
Neste momento, parei para observar tudo que em volta estava, era estranho como pareciam agradecer o pranto do meu Nada.
Mas de repente, como se fizesse para me pregar uma peça, meu Nada sorriu, e reluziu em cada gota de seu pranto espalhada.
Aprendi com meu Nada uma das maiores lições da minha vida: Se chover, o melhor é tomar banho de chuva!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Insana sanidade

A minha loucura é sã,mas a minha sanidade mora há alguns anos no hospício.
Penso em fugir quase todo o dia, mas me lembro de não ser só eu. Lembro de ser você. Lembro de não ser nada.
Parei de agir impulsivamente já faz um tempo, mas não deixei de mentir dizendo isto pra justificar minhas loucas atitudes.
Não falo mais sobre minha vida pessoal, mas quem sabe me ler sabe tudo o que passa.
Meu dia de amanhã ainda não deixou de ser importante,e ainda vivo sim o hoje pensando no que virá depois.
Eu só queria dizer coisas como se não houvesse outro dia, mas uma parte sã da minha loucura que acha insano assim fazer, porque assim como quem ama não desama, palavras sem certezas são melhores de não se dizer.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Rascunho

Rascunhos. São todos rascunhos. Apenas tentativas de dizer alguma coisa.
Tentativas, e só. Quando as palavras não fluem não tem como ir a algum lugar, você pensa, repensa, tenta, enrola... mas nada cola.
Tudo vira um grande quebra cabeça, mas que as palavras não se encaixam. Assim elas vão, soltas, sozinhas.
Eu só queria poder me basear em algo diferente, algo que não fosse volátil como álcool ou gasolina...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sem conclusão

Todo dia parece ser a mesma coisa
Algo te acorda, você levanta
Lá fora chove, ou tem sol
Faz frio ou calor
E não, isso não vai mudar.

Você espera que algo te alegre
Você torce pra dar tudo certo durante o dia
E na maioria das vezes, dá.

Mas quem inventou a exceção não sabia
Que um dia em sua presença é muito mais forte
Que cem dias vivendo alegrias.

Infelizmente não se pode querer tudo
Às vezes te machucam sem nem saber
Acabam fazendo do melhor dia da sua vida, um dia nublado
E o grito de socorro ecoa gartanta abaixo
Você não pode gritar pra alguém que não sabe o que fez.

É besteira, mas te consome
É ridículo, então você se cala
É feio, você esconde
Mas é tão forte, que te leva a escrever
Até mesmo sem ter o que concluir.

sábado, 9 de outubro de 2010

É pra você

E se eu te perder
Eu rodo a vida a te procurar
Espalho cartazes com canções que fiz a ti
Digo ao mundo onde te vi de última vez
Peço ajuda a quem meu caminho cruzar

Se eu tiver feito por merecer,
Peço perdão pela cabeça fora do lugar
Choro contigo, totalmente arrependida
Prometo em tal quesito não mais errar

E por você
Grito pra todo mundo escutar
Grito o quanto te gosto
Grito sem medo do que vão pensar

Se eu te perder um dia
Eu rodo a vida a te procurar
Mas saio ao mundo com a certeza
De que só paro se te encontrar.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Já foi

Muitas vezes eu te entendo nas entrelinhas...
E sim, eu já quis que tivesse sido diferente
Infeliz, ou felizmente, não foi
Hoje eu estou do lado de cá da saudade
Mas sem nunca ter fechado a porta
Nem endurecido meu coração
Só que quando você entra, te deixo apenas sentar no sofá
Em nenhum momento deixaste de ser importante
Apenas é o outro lado de ver as coisas
Milhões virão a ti
E tu vais me contar
E então iremos rir, chorar, pensar...
Imaginar como seria se fosse diferente
Mas não foi.
E o meu carinho eu guardo a ti
Mas meus melhores beijos e meu amor
São de alguém que não fostes
E eu sei também, que quando tua vez chegar
Iremos rir, chorar, pensar...
E novamente veremos que assim foi
Apesar do pesar de não ter sido
Veremos que a vida corre em seu devido lugar
Com coisas muito boas do lado de lá
E coisas ainda melhores do lado de cá.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Inconsciência

Então a vaca não tem consciência
O porco não sabe o que come
Os pássaros voam sem destino
E todos estes não sabem quem são
Então por que amamentam com cuidado parental?
Então por que brincam com seus irmãos?
Então por que cantam para celebrar o dia?
"Animais não tem consciência,
apenas o homem sabe que é, e inclusive que vai morrer"
Talvez a "falta de consciêcia"
Seja o que traz a definição de "humanos"
Pois o que chamam de "humanidade"
Na busca consciente por viver
Provoca matança, guerras, conflitos...
E isto sim, é o que deveria ser taxado como "animal"
Não os pobres "inconscientes" que sofrem com a "consciência humana"

terça-feira, 28 de setembro de 2010

0 + 0 = 1

Eu já pensei em falar de flores
Mas só teu cheiro permanece na lembrança
Não consigo pensar em qual flor, seria mais cheirosa que teu corpo
Ou pétalas mais suaves que tua pele
Nem mesmo se existe algo mais belo que teu sorriso
Rosas, tulipas, lírios ou o que for...
Todas essas flores não chegam aos pés da tua majestade.
Nenhuma tem o teu sabor

Eu já pensei em falar do mar
Mas nem com toda sua imensidão, me encanta mais que teu olhar
Nem de dia, nem de noite
Não há onda que me faça viajar mais que o abrir e fechar de teus olhos
Não a onda que acaricie a areia como, a mim, tuas mãos
Nem onda que ressoe como tua voz ao meu ouvido

Eu já pensei em falar da lua
A linda donzela apaixonada
Mas disso um dia já falei
E mesmo assim, um erro cometi ao exaltá-la mais que a ti

Até juntar duas ideias
Como mar e lua, já tentei
Mas eles não brilham como tu brilhas
Não amam como tu amas
Nem me fascinam como tu me fascina

Acho que posso chegar ao fim, simplesmente dizendo que te amo.
E dizendo que não há mar, lua, rosas, tulipas ou lírios que me façam te esquecer
Posso até pensar nisso tudo
Mas te equiparar a isso, não é nada mais do que mentir.


Por: Gabriela Lessa e Otávio Miziara

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

E daí?

De repente você ouve um barulho, uma explosão, não parece ser nada grave.
Todos a sua volta pareciam saber o que era,
Mas você desesperado corre pra ver o que aconteceu
Ainda há fuligens no local, elas te alcançam.
Até dá pra tentar fugir, mas elas já atingiram seu corpo,
Você sente formigamento e alguns lugares estão queimando.
A fumaça te envolveu, você inconsciente já não responde mais por si
Seu corpo acaba imóvel naquele lugar
Suas pernas não respondem a sua vontade de correr
Mas não se preocupe, porque também não demora muito pra essa vontade se esvair.
Você sabe que ficar ali vai acabar te matando
Mas e daí? Você gosta do cheiro da fumaça.
As rezas agora são pra ninguém interromper a sua morte lenta e dolorosa,
Sufocada por uma fumaça que te leva à loucura
Realmente a morte é inevitável...
Mas e daí? Você gosta!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Simples sonho

Sim eu sonhei
Com tuas mãos cuidadosas
Com o teu toque de carinho
Com a vontade de você
Sonhei com núvens e com pássaros
Sonhei com o beijo em teus lábios
Com teu gosto e teu olhar
Em ficar por todo o tempo ali, perdida
Onde só existia belamente você
Tudo tão lindo que impossivel
Era não sorrir com aqueles momentos
Mas o mundo é real
E sim, eu acordei
Embora fosse possível, sem esforços,
Fechar os olhos e ainda te ver ao meu lado
Foi assim que eu te tive comigo
Por toda a noite
Mas onde meus desejos e vontades
Se traduziram, ainda, apenas em sonho!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Incoerente sentido

Não... mas esconder
Não... ficar calada
Mais uma vez me entrego as letras
Que embora organizadas, ainda não expressam coerência
Inevitavelmente eu sinto, não deveria
Mas ainda assim eu sinto
Querer, sinto
Ânsia, sinto muito
Querer sinto o não
Sinto fazer o sim
Sinto a incoerência...
Mas sinto em falar
Sinto, não deveria
Consciência, vontade sinto de matar
Sinto em continuar sentindo
Sinto o não
Minto o sim
E novamente sinto, não deveria
Mas... ah! Sinto muito.

sábado, 4 de setembro de 2010

A rosa e o retrato

Os retratos já não são tão puros...
O quadro na parede entortou-se
É como quando a lua é encoberta pelas nuvens
Não adianta estar lá se nada pode iluminar, e se algo esconde a sua beleza.
Aquilo que era um mar de rosas ganhou contornos de realidade
As rosas ainda até existem, mas seus espinhos adentram a pele dos seus dedos, você já não consegue segurá-las por muito tempo.
Quando você já suportou o máximo, você as solta; mas quando elas batem no chão a parte mais danificada são as lindas pétalas aveludadas.
Quem entende essas coisas?
Tentar pegá-la novamente é tolice, as pétalas já não são iguais, e os espinhos vão continuar te ferindo.
No caso do quadro torto, eu ajeito.
As nuvens que encobrem a lua eu espero passar, mesmo que chova. Porque eu sei que depois de tudo a lua vai brilhar.
O retrato e a rosa? Eu prefiro apenas jogar fora.
Não posso esperar por algo que não vai mudar, tende a murchar, amarelar e rasgar!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sou eu

Sou eu de olhos embassados
Que vejo, não nitidamente
O que preferia não saber

Sou eu de pele coberta
Que fujo do frio
Sem ter tuas mãos a me aquecer

Sou eu de pés congelados
Que deito ao seu lado
Sem você ali estar

Sou eu de úmidos olhos
Que calo palavras tolas
Para não me entregar

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Otimismo

O medo e a inconstância, não fazem de mim um ser superior
A marra e atitudes, me assustam como qualquer outra
As palavras me confundem, o ego me surpreende
Não sou boba como todas, apenas me condiciono a certas situações
Não preciso contar tudo que sinto, apenas deixo meu otimismo ser maior
Acredito e desacredito a toda hora
Sinto as chamas virem junto com o balde de água fria
Tenho tudo como todos:
medo, inconstância,
ânsia, desejo,
vergonha, superego,
marra, incógnitas...
Só que, em algumas, mudam-se as proporções
Acredito porque quero, porque sou assim.
Tenho sorte de ainda decidir por mim
E apenas se eu permitir, eu mudo o que está assim!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ainda Cedo

Não entendo como isso acontece
Quando vejo, já se tornou inevitável
A mente busca sua imagem
Os braços me pedem seu corpo
E a boca, os seus lábios
Minha razão já me angustia, ao passo que não posso conciliar o que ela diz, ao que me coração me fala.
Na verdade já nem sei se o que me angustia é realmente razão, ou apenas um desejo de controlar o que sinto.
Não sei mais o que sinto
Não sei mais o que penso
Tão pouco o que escrevo
Cada vez mais aleatório é meu dia
Já vejo o sol de madrugada, e a lua ao amanhecer
Saio rindo à toa num mundo cercado pelo caos
Cada vez mais incomodo outros com minha felicidade
Cada vez mais uma batalha é travada em mim
Não tenho mais pra onde correr
Nem em quem acreditar
Até sei o que está acontecendo
Mas ainda é muito cedo pra te amar!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Crime

São tantas as mentiras que me contam, inclusive as tuas juras de amor.
São tantos os que me olham estranhamente, como se tudo o que acontece fosse errado.
Mas se tudo for verdade, ou se apenas me iludo, sem problemas eu assumo você: o maior crime que eu já pude cometer, o beijo mais secreto que um dia dei, o alguém mais estranho a quem eu me entreguei.
Já não me importo se passa das onze, ou se lá fora todos podem comentar. Não me interessa mais quem diz a verdade...
A vaidade se tornou minha juíza, e já que estou julgada, gosto que seja por te ter!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Palavras

Mas ainda assim, se todas as luzes pudessem ser apagadas, ouvir-se-ia muitos "eu te amo", em entregas desesperadas, no medo de ficar sozinho, em juras apaixonadas...
Mas ainda assim, seriam apenas palavras. Tudo se esvairia no vento, logo cedo, na alvorada. Porque ainda temos medo da claridade, medo de mostrar a cara!
Sobraria então alguns corações vazios, e pessoas frustradas.

Será?

Dar uma flor, expressar o amor...
Será? O questionamento é somente esse!
Será que vão conseguir? Será que vão cumprir aquilo que prometerem?
Enquanto isso os pensamentos vão se perdendo
As pessoas vão crescendo e entendendo que não será fácil assim.
Será?
Será que é mais fácil desacreditar?
Enquanto digo isso uma parte ainda busca a esperança de mudança
Fazer um sonho acontecer, nem que seja num breve espaço de tempo
Fazer as coisas com a certeza de que não vai se arrepender
Ou pelo menos não tomar pra si como culpa aquilo que fez sem querer
De nada tenho certeza, de tudo desconfio
Tentar, eu até posso.
Mas por enquanto eu ainda pergunto: Será?

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Até Quando

Então eu brinco e você brinca
Eu nego e você quer
Eu ando ao seu encontro, mas desvio o meu olhar
Danço com você na chuva, e mesmo assim saio seca
Engulo as suas palavras, mas vomito as mentiras de amor
Eu só não sei até quando...
Esse jogo é findável
E é quase certa a chegada da hora
Onde estou séria e você brinca
Você quer e eu aceito
Eu ando ao seu encontro completamente perdida no seu olhar
Danço na chuva, escorrego e caio
Engulo todas as suas palavras, me iludo com suas mentiras
E no fim, eu me apaixono!

Quem Saberá

Um encontro de olhares, dois desejos e uma impossibilidade.
Não havia o que fazer.
Tudo se resumia a palavras que, em algum momento ou outro, tentavam traduzir o que era dito nos olhares. Estes, porém, sem conseguir mentir, às vezes se desviavam pra não incitar o proibido.
Os dias se passando levaram os olhares a se afastar. O proibido se tornou lícito, a vontade adormecida começou a despertar.
Então o toque que não houve acabou lembrado a cada dia, e os lábios afastados se juntaram na imaginação.
O nada ainda não foi concretizado. O nunca não passou a ser nem talvez.
Mas daqui, é só avançar!
Retroceder não posso, então melhor é arriscar.

sábado, 21 de agosto de 2010

Simples

Foi assim que eu imaginei


Uma praia e uma casa simples, comida caseira com peixe pro almoço

Alguém pra me esperar quando eu chegar

Alguém pra me deixar sair, ser livre correndo pro mar

Uma flor no cabelo, um vestido rendado

Ninguém pra ofuscar o brilho do sol refletido nos olhos de quem tanto adoro

A saudade seria apenas dos que não voltam mais

O arrependimento, daquilo que não fiz

E assim eu ia correr pro mar

Saindo pra ser livre

Com uma flor no cabelo e um vertido rendado

Um "chinelo de dedo" e dedos entrelaçados nas mãos de quem tanto adoro

E conforme os dias passam, tudo também vai passar

Então sobram o mar, o sol, a liberdade, o brilho

E meu vestido rendado de cor vermelho Gabriela!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Dúvida

Dúvida, esta é a palavra!

O vai e vem do "sim" é o que me agonia.

Quando ele está, tudo parece certo. Mas quando ele se vai, dá lugar ao temível "não".

Este me alucina, me deixa sem chão!

E quado ele vê que o "sim" está voltando para tomar o seu lugar, joga no meu colo a dúvida.

Dúvida, esta é a definição!

Define meus medos melhor do que ninguem.

Medo que não me deixa agir quando o "sim" já está de volta.

E o "sim", por sua vez, se torna um grande sacana. Me entrega a coragem quando já está de partida.

Daí a coragem se mistura com a dúvida... e não chegam em nada.

Assim o ciclo continua, a agonia se prolonga, e eu vou ficando cada vez mais perto das núvens... mas longe do chão, onde seria seguro eu estar.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Introdução

A vida vai seguindo
O tempo muda sempre
Amores vãos sempre vem
Amores sãos ficam

A vida vai seguindo
Rodando, o mundo não vai parar
Minha inspiração não se entende
Nem adianta tentar

A vida vai seguindo
As rimas vão ficar
E o açúcar dos meus amores
Vem minha água temperar