quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Inconsciência

Então a vaca não tem consciência
O porco não sabe o que come
Os pássaros voam sem destino
E todos estes não sabem quem são
Então por que amamentam com cuidado parental?
Então por que brincam com seus irmãos?
Então por que cantam para celebrar o dia?
"Animais não tem consciência,
apenas o homem sabe que é, e inclusive que vai morrer"
Talvez a "falta de consciêcia"
Seja o que traz a definição de "humanos"
Pois o que chamam de "humanidade"
Na busca consciente por viver
Provoca matança, guerras, conflitos...
E isto sim, é o que deveria ser taxado como "animal"
Não os pobres "inconscientes" que sofrem com a "consciência humana"

terça-feira, 28 de setembro de 2010

0 + 0 = 1

Eu já pensei em falar de flores
Mas só teu cheiro permanece na lembrança
Não consigo pensar em qual flor, seria mais cheirosa que teu corpo
Ou pétalas mais suaves que tua pele
Nem mesmo se existe algo mais belo que teu sorriso
Rosas, tulipas, lírios ou o que for...
Todas essas flores não chegam aos pés da tua majestade.
Nenhuma tem o teu sabor

Eu já pensei em falar do mar
Mas nem com toda sua imensidão, me encanta mais que teu olhar
Nem de dia, nem de noite
Não há onda que me faça viajar mais que o abrir e fechar de teus olhos
Não a onda que acaricie a areia como, a mim, tuas mãos
Nem onda que ressoe como tua voz ao meu ouvido

Eu já pensei em falar da lua
A linda donzela apaixonada
Mas disso um dia já falei
E mesmo assim, um erro cometi ao exaltá-la mais que a ti

Até juntar duas ideias
Como mar e lua, já tentei
Mas eles não brilham como tu brilhas
Não amam como tu amas
Nem me fascinam como tu me fascina

Acho que posso chegar ao fim, simplesmente dizendo que te amo.
E dizendo que não há mar, lua, rosas, tulipas ou lírios que me façam te esquecer
Posso até pensar nisso tudo
Mas te equiparar a isso, não é nada mais do que mentir.


Por: Gabriela Lessa e Otávio Miziara

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

E daí?

De repente você ouve um barulho, uma explosão, não parece ser nada grave.
Todos a sua volta pareciam saber o que era,
Mas você desesperado corre pra ver o que aconteceu
Ainda há fuligens no local, elas te alcançam.
Até dá pra tentar fugir, mas elas já atingiram seu corpo,
Você sente formigamento e alguns lugares estão queimando.
A fumaça te envolveu, você inconsciente já não responde mais por si
Seu corpo acaba imóvel naquele lugar
Suas pernas não respondem a sua vontade de correr
Mas não se preocupe, porque também não demora muito pra essa vontade se esvair.
Você sabe que ficar ali vai acabar te matando
Mas e daí? Você gosta do cheiro da fumaça.
As rezas agora são pra ninguém interromper a sua morte lenta e dolorosa,
Sufocada por uma fumaça que te leva à loucura
Realmente a morte é inevitável...
Mas e daí? Você gosta!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Simples sonho

Sim eu sonhei
Com tuas mãos cuidadosas
Com o teu toque de carinho
Com a vontade de você
Sonhei com núvens e com pássaros
Sonhei com o beijo em teus lábios
Com teu gosto e teu olhar
Em ficar por todo o tempo ali, perdida
Onde só existia belamente você
Tudo tão lindo que impossivel
Era não sorrir com aqueles momentos
Mas o mundo é real
E sim, eu acordei
Embora fosse possível, sem esforços,
Fechar os olhos e ainda te ver ao meu lado
Foi assim que eu te tive comigo
Por toda a noite
Mas onde meus desejos e vontades
Se traduziram, ainda, apenas em sonho!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Incoerente sentido

Não... mas esconder
Não... ficar calada
Mais uma vez me entrego as letras
Que embora organizadas, ainda não expressam coerência
Inevitavelmente eu sinto, não deveria
Mas ainda assim eu sinto
Querer, sinto
Ânsia, sinto muito
Querer sinto o não
Sinto fazer o sim
Sinto a incoerência...
Mas sinto em falar
Sinto, não deveria
Consciência, vontade sinto de matar
Sinto em continuar sentindo
Sinto o não
Minto o sim
E novamente sinto, não deveria
Mas... ah! Sinto muito.

sábado, 4 de setembro de 2010

A rosa e o retrato

Os retratos já não são tão puros...
O quadro na parede entortou-se
É como quando a lua é encoberta pelas nuvens
Não adianta estar lá se nada pode iluminar, e se algo esconde a sua beleza.
Aquilo que era um mar de rosas ganhou contornos de realidade
As rosas ainda até existem, mas seus espinhos adentram a pele dos seus dedos, você já não consegue segurá-las por muito tempo.
Quando você já suportou o máximo, você as solta; mas quando elas batem no chão a parte mais danificada são as lindas pétalas aveludadas.
Quem entende essas coisas?
Tentar pegá-la novamente é tolice, as pétalas já não são iguais, e os espinhos vão continuar te ferindo.
No caso do quadro torto, eu ajeito.
As nuvens que encobrem a lua eu espero passar, mesmo que chova. Porque eu sei que depois de tudo a lua vai brilhar.
O retrato e a rosa? Eu prefiro apenas jogar fora.
Não posso esperar por algo que não vai mudar, tende a murchar, amarelar e rasgar!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sou eu

Sou eu de olhos embassados
Que vejo, não nitidamente
O que preferia não saber

Sou eu de pele coberta
Que fujo do frio
Sem ter tuas mãos a me aquecer

Sou eu de pés congelados
Que deito ao seu lado
Sem você ali estar

Sou eu de úmidos olhos
Que calo palavras tolas
Para não me entregar