sábado, 4 de dezembro de 2010

Meu Nada

Foi olhando pro nada que eu descobri como é lindo. Sem pompa e nem circunstância, sem soberba ou nariz empinado... Era ele e só. Era o Nada!
- Como pode ser tão simples e tão soberano? - Eu me perguntava, porque, sim, sua soberania era incontestável, e sua integridade firmava, sobre mim, contratos de ser sempre assim.
- Eu sei que será. - Dizia eu a mim mesma.
Resolvi que o observaria todos os dias pelas manhãs, e assim fiz durante muito tempo. A cada dia era mais lindo.
Só que um dia ao acordar, percebi que algo se aproximou do meu Nada, do MEU Nada. E essa coisa fazia com que sua soberania, mais reluzente do que ouro, ganhasse tons cinzentos e sombrios. Fui tomada por uma profunta tristeza. Choramos, eu e o Nada.
Neste momento, parei para observar tudo que em volta estava, era estranho como pareciam agradecer o pranto do meu Nada.
Mas de repente, como se fizesse para me pregar uma peça, meu Nada sorriu, e reluziu em cada gota de seu pranto espalhada.
Aprendi com meu Nada uma das maiores lições da minha vida: Se chover, o melhor é tomar banho de chuva!